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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Comunidade da Maré e a carência do Estado

Moradores de Mandacaru dividem a casa com os ratos
Mandacaru, uma das 16 comunidades da Maré, que há dois anos foi ameaçada de remoção pela Prefeitura, ainda sofre com a falta de políticas públicas, desde postes de iluminação até a falta de habitação, que ainda é precária. Todos residem em barracos. Doença e desemprego também são outros dilemas enfrentados por eles.
Moradores também sofrem com a ausência de saneamento básico, os esgotos estão todos a céu aberto. Segundo a Agente Comunitária Elizabeth Bento, de 53 anos, os piores dias são os de chuva. “Fui visitar um senhor que está doente e no caminho acabei caindo, machuquei minha perna. Não tem condições de andar aqui. Recebemos sempre muitas reclamações. As crianças, por exemplo, estão com alergia, entre outras várias doenças que surgem nessa época”, diz.
Cecília Jandira, de 50 anos, moradora de Marcílio Dias, também fala sobre a situação de Mandacaru. “É muito esgoto, em alguns lugares nem tem luz. O que precisa é de uma melhoria geral para toda a comunidade. É necessário combater os ratos. O lixeiro só passa duas vezes na semana. Não temos carteiro, todas as cartas são entregues na associação, o que é muito complicado”, comenta.
Para a cozinheira Maria Dalva Martins, de 53 anos, que mora no local há 14 anos, diz que o Estado não os atende. “O que sei é que temos direito a moradia, mas não temos casa. Nós estamos aqui abandonados pelo governo, pela prefeitura, nós não temos nada. Eu tenho uma neta toda mordida de rato, ela já fez quatro plásticas no rosto, ficou toda mordida. Meu outro neto também foi mordido de rato. Estamos à mercê das ratazanas. Uma vizinha acabou de morrer com dengue hemorrágica. Isso é muito complicado, não temos nem médicos no posto daqui, temos que ir para os hospitais, e isso quando somos atendidos”, conclui a moradora Dalva.


Por Foto&Jornalismo Maré

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