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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Operação desastrosa da polícia mata dois moradores da Nova Holanda

Na última sexta-feira, 11 de junho, a favela da Nova Holanda, na Maré, zona norte do Rio de Janeiro, sofreu uma ação policial que resultou na morte de duas pessoas e deixou outras quatro feridas. A justificativa para a incursão teria sido uma suposta troca de tiros entre bandidos de facções rivais, mas segundo os moradores não havia nenhum confronto na hora em que os policiais invadiram a comunidade.
O jovem Davison Evangelista Pacheco, de 19 anos, estava dentro de uma barbearia cortando o cabelo quando foi baleado. A outra vítima fatal foi Paulo Cardoso Batalha. Ele também estava na barbearia com o filho, Paulo Gabriel Santana, 5 anos que foi atingido na mão. A criança foi levada para o Hospital Geral de Bonsucesso e já teve alta. Nenhum dos mortos tinha passagem pela polícia.

Ainda na sexta-feira, os parentes foram ao 22° Batalhão, que fica ali mesmo na Nova Holanda, mas disseram que não foram recebidos pelo comandante. O corpo de Paulo foi sepultado na tarde de sábado e o de Davison no domingo. Hoje, 14 de junho, os familiares das vítimas foram a Comissão de Direito Humanos e à Defensoria Pública pedir ajuda na investigação da conduta dos policiais. Os treze policiais envolvidos na operação foram afastados das ruas e estão cumprindo funções administrativas

segunda-feira, 1 de março de 2010

Criança desaparece na Maré


Por Renata Souza


A menina Gizela Andrade de Jesus, de 8 anos, desapareceu na manhã de ontem (25/2) após sair, às 11h30, da Escola Municipal Bahia, que fica próxima à passarela de número sete da Avenida Brasil. Neste ano, já ocorreram pelo menos seis casos semelhantes no Rio.

De acordo com a mãe da estudante, Lenivanda de Souza, moradora do Parque Maré, o caso só foi registrado da 21ª DP (Bonsucesso) depois de muita insistência, já que o policial que a atendeu não tinha conhecimento da lei federal de 2005 que obriga a imediata investigação em caso de desaparecimento de criança e adolescente.
“A gente teve que ficar argumentando, insistindo, o policial nem conhecia a lei. Ele queria que a gente esperasse 24 horas”, afirmou Lenivanda, que retornou à 21ª DP na tarde de hoje (26/2) para prestar depoimento que dará subsídios ao início da investigação.

O SOS Crianças Desaparecidas e a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj acompanham o caso, assim como o Movimento Helaiz, de mães em luta contra o sequestro e desaparecimento de crianças.

A mãe, que está grávida de nove meses, apela para a pessoa que souber de algo sobre o desaparecimento de Gizela ligue para o telefone do SOS Crianças Desaparecidas 2286-8337.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Anjo suburbano da Maré


Maré

Tua lágrima

Sem rosto definido

O silencio

De uma bala perdida

- Perdida?-

O ruído

Da impunidade

No teu ouvido



Maré

Fluxo e refluxo

De corações partidos



Maré

Um anjo suburbano

Posou nas tuas ladeiras

Dolorido



Suas asas

Não puderam

Conter a dor

De tantos corações

Destruídos



Voou com um recado

Para quem for

Que esteja olhando

Lá de cima :

“Queremos apenas um pouco

De justiça”



Já perto do Cristo

De cimento e pedra

Ainda viu entre nuvens

O Viaduto

A Avenida Brasil

O que restou das palafitas

E as mães

dos mortos e desaparecidos

acenando com um imenso

punho erguido



Ainda perguntou-se

Se O outro

O verdadeiro

-aquele que não vemos

Mas que dizem que vê tudo –

Não seria também

De material tão duro



Até hoje

Nem um milagre sequer

Para aliviar a dor

Do povo humilde

Da Maré



Maré

Fluxo e refluxo

De corpos partidos



Maré

Tua lágrima

Sem rosto definido

O silencio

De um Estado perdido

O Auto da resistência

No teu ouvido.





Carlos Pronzato

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Diversão sem alienação


Por Viviane Oliveira

Com sambas motivados principalmente pelas dificuldades enfrentadas pelos moradores, integrantes do bloco carnavalesco "Se Benze que Dá", fazem pelas ruas das diversas comunidades da Maré um carnaval diferente.

O primeiro enredo, criado em 2005, falava da difícil missão de circulação das pessoas devido aos problemas de violência, em 2008, no auge da epidemia de dengue no Rio, eles preparam um desfile especial. Usando chapéus que lembravam mosquitos e com muito samba no pé, os foliões desfilaram pelas ruas distribuindo panfletos explicativos e protestaram contra o descaso das autoridades.

“O bloco Se Benze que Dá, a cada ano que passa fala mais sobre a Maré, sua história , sua problemática e alegria de viver do seu povo. Mas o que distingue principalmente o nosso bloco dos outros é sua veia contestatória e crítica sobre os aspectos que inteferem na realidade social. Cobrar o direito de ir e vir do morador da favela e de todos os outros da cidade”, diz Leonardo Melo, compositor e membro da comissão de comunicação do bloco.

Para o integrante da bateria Diogo Bezerra, 26 anos, morador da Vila dos Pinheiros esse é o principal diferencial do bloco.

“O Se Benze que Dá não quer apenas fazer carnaval. Ele é uma ferramenta de luta política para os moradores que pode ser potencializada ainda mais.”

Além de desfilar pelas ruas da Maré durante o carnaval, o bloco participa ativamente de manifestações organizadas por moradores e movimentos sociais tais como o “Grito dos Excluídos” e o ato “Outra Maré é Possível”, uma caminhada pela valorização da vida e o fim da violência na região.

Integrante desde o último carnaval Diogo diz que durante os desfiles, que acontecem um sábado antes e outro depois do carnaval, o que mais lhe chama atenção é o comportamento dos moradores.

“Foi uma experiência muito diferente. As pessoas que acompanham os desfiles trazem com elas uma essência diferente. Sinto isso principalmente das pessoas mais velhas”.

Já para mestra de bateria do “Se Benze que dá” Geandra Nobre, 26 anos, moradora do Morro do Timbau e uma das fundadoras do bloco o que mais chama sua atenção é o fato das pessoas não atravessarem as fronteiras que dividem as comunidades.

“Quando saímos do Morro do Timbau e chegamos à Praça do 18, local que divide as favelas que são controladas por facções rivais, as pessoas não prosseguem. Daí quem passa a nos acompanhar são os outros moradores”.

Poucas opções de diversão

Composta por 16 comunidades e quase 200 mil habitantes, na Maré não existem muitas opções de divertimento principalmente durante o carnaval. O grupo que fundou há cinco anos, sentia muita falta do carnaval de rua, que em outros tempos já foi bem mais ativo e espontâneo. O “Se Benze que Dá” veio como uma alternativa interessante aos moradores permitindo que os foliões que curtiam o carnaval fora de suas comunidades e até os que não curtiam tivessem uma experiência de contato com a realidade social do bairro.

Moradora da Vila do João há 27 anos Eloiza Oliveira, comerciante, 49 anos concorda que faltam opções de divertimento na região.

“Atualmente não temos quase nada durante o carnaval a não ser os blocos, que também não são muitos. Só conheço o ‘Se Benze que Dá’ e o ‘Gargalo da Vila’. Eles animam a comunidade, então quando passam pela rua eu vou atrás. Até os mais tímidos se manifestam, aparecem nas janelas e batem palmas para os foliões. Tem gente que acompanha até sem dançar” diz.

A historiadora e componente da bateria Guaraciara Gonçalves, 31 anos, moradora do Morro do Timbau, divide a mesma opinião.

“As manifestações que acontecem aqui acabam sendo muito de improviso. Na Zona Sul os blocos tem apoio da prefeitura, já aqui não temos nada disso. Diante dessa falta de opções o bloco acaba sendo não somente um espaço para se brincar o carnaval, mas também para se levantar questionamentos relacionados à saúde, violência e até sobre essa falta de investimentos das autoridades na nossa região”.

Mas não são somente os moradores da Maré os atraídos para essa folia consciente. A cientista social Juliana Farias, 27 anos, moradora de Botafogo conheceu o “Se Benze” em 2007 por meio das atuações nos movimentos sociais e em 2009 passou a fazer parte da bateria.

“Eu já tocava tamborim e quando resolvi entrar para o bloco foi porque posso unir o que gosto de fazer que é tocar com uma causa que eu acredito. É uma forma de militar e me divertir. As pessoas aqui não estão somente interessadas em fazer um som”, diz

Ao contrário do que acontece nas grandes escolas de samba, o pré-requisito para participação na bateria do bloco não é saber tocar qualquer instrumento com perfeição, mas sim querer participar. Para os organizadores o importante e fortalecer a luta popular por um mundo diferente.

A estudante e atriz Jaqueline Andrade, 23 anos, moradora da Nova Holanda gosta muito dessa característica informal do bloco.

“As pessoas erram ao tocar e se divertem. Lá não existe uma rigidez. A diversão consciente é o que vale”.

O amuleto do bloco

Quem já acompanhou algum desfile do “Se Benze que Dá” sabe que a Arruda é um elemento que não pode faltar. Os integrantes há utilizam como uma espécie de amuleto para proteger os foliões já que o percurso inclui áreas de fronteira que sofrem com confronto entre facções armadas e polícia. Não é fácil determinar quando surgiu a fama da erva protetora, mas ela é usada nessa grande brincadeira. Além da planta, outros elementos também marcam a passagem do bloco pelas ruas e vielas da Maré. O bordão “Vem pra rua morador” não pode faltar.

“Quando o caveirão entra na favela costuma gritar pelo seu auto-falante a frase ‘Sai da rua morador’ então em um dos desfiles um integrante fez o contrário e disse ‘Vem pra rua morador’ que é o que o bloco quer. Queremos os moradores nas ruas reivindicando o seu direito de ir e vir” diz Francisco Valdean, 28 anos, Morador da Baixa do Sapateiro e integrante da bateria.

Além da arruda como proteção e o bordão para atrair os moradores o “Se Benze que Dá” também tem um lema: “Diversão sem alienação”.

“O carnaval para nós, assim como para a maioria das pessoas,significa diversão. No entanto,não uma diversão qualquer preço. Embora seja tempo de festa, não podemos esquecer toda a complexidade da realidade social: violência, fome, falhas graves nos sistemas de saúde, educação. Por isso esse é o nosso lema”, explica Leonardo Melo.

Os desfiles do "Se Benze que Dá!" vão acontecer nos dias 06 e 20 de fevereiro. No primeiro dia, a concentração está marcada para às 15h 30 no Largo do IV Centenário, Morro do Timbau. Já para o segundo dia, os foliões vão se encontrar na esquina da Rua João de Magalhães com Guilherme Maxwell, próximo à garagem da Expresso Brasileiro, na altura da passarela 7 da Av. Brasil às 15h 30.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010


O Primeiro desfile será neste sábado, 06, com trajeto do Morro do Timbau ao Parque União, passando pela Baixa do Sapateiro, Nova Holanda e Rubens Vaz. A concentração será às 15:30 no Largo do IV Centenário (Bar do Zé).
O Segundo desfile será dia 20 e sairá do Morro do Timbau e irá até o Conjunto Esperança, passando pelo Fogo Cruzado, Vila do Pinheiro e Vila do João. A concentração será as 15:30 na esquina da Av. Guilherme Maxwell com rua João de Magalhães.
Se Benze que Dá!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Viva Favela seleciona correspondentes


O site Viva Favela seleciona jornalistas e estudantes de comunicação de todo o Brasil para atuarem como freelancer em projeto de Jornalismo Cidadão voltado para favelas, periferias e regiões de baixa renda. As vagas são para produzir reportagens em Texto, Vídeo e Áudio. Os escolhidos produzirão informações relacionadas ao cotidiano das comunidades. Os pré-requisitos são morar em comunidade de baixa renda e ter acesso a internet, já que todo o processo será feito online. O candidato deve enviar currículo para selecaovivafavela@gmail.com com as áreas de interesse (Vídeo, Texto ou Áudio) especificadas no campo "Assunto" e anexar um exemplo do seu trabalho até o dia 26 fevereiro.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mães protestam contra violência de agentes do Degase

Familiares de vítimas de violência se reuniram no último sábado (16) para lembrar a morte de Andreu Luis, morto em janeiro de 2008 em uma unidade de internação de adolescentes infratores do estado do Rio de Janeiro

Por Gustavo Mehl

No dia 31 de dezembro de 2007, Deize da Silva de Carvalho estava reunida com a família na casa de sua mãe no morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Faltavam apenas dez minutos para a meia noite quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o policial informou que o jovem Andreu Luis da Silva de Carvalho, de 17 anos, havia sido detido por furto e estava sendo encaminhado para uma unidade estadual para adolescentes infratores. Aquela era a última notícia que Deize teria de seu filho ainda com vida.

Na manhã do dia 1º de janeiro de 2008, pelo menos 11 jovens testemunharam a sessão de tortura a que Andreu foi submetido no Centro de Triagem e Recepção (CTR), na Ilha do Governador, instalação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas do estado do Rio de Janeiro (Degase). O garoto foi espancado por cerca de uma hora e meia. Os agentes usaram pedaços de pau, mesas e cadeiras, e o asfixiaram com um saco plástico. Quando o rapaz já cuspia sangue, o agente Wilson Santos chegou a esfregar sabão em pó no seu rosto repetidas vezes. Andreu, que havia acabado de receber seu primeiro salário como garçom e estava com o noivado marcado para o dia 20 daquele mês, morreu por volta de 9 horas da manhã do primeiro dia do ano de 2008.

Do sofrimento à militância

Aquele era o início de um ano de muita dor para toda a família de Deize. Hoje, dois anos depois, o sentimento de injustiça persiste. O caso se arrasta e continua em fase de inquérito policial. Nenhum dos envolvidos foi responsabilizado, e todos continuam empregados pelo Degase, trabalhando normalmente no CTR. Outras denúncias de maus-tratos e abusos na unidade se tornaram públicas. Apesar disso, durante esses dois anos Deize conseguiu encontrar na revolta uma razão para lutar. Procurou organizações da sociedade civil e a Comissão de Direitos Humanos da ALERJ e conheceu nesse caminho outros casos de assassinatos praticados por agentes do Estado. Através da troca de experiências e da união de forças com outras mães e outros familiares de vítimas de violência, Deize foi fortalecendo sua resistência e amadurecendo a sua militância.

Deize Silva de Carvalho, em frente ao portão do CTR

Deize Silva de Carvalho, em frente ao portão do CTR (foto: Isabel Mansur)

No último sábado, 16 de janeiro, dia de visitas, Deize Silva de Carvalho reuniu cerca de 60 pessoas na entrada do CTR. Com um carro de som, faixas, panfletos e cruzes de madeira, o grupo recordou a morte de Andreu e de outras vítimas do Estado. “Nós estamos aqui para que certos agentes do Degase saibam que a família do menino que eles mataram continua lutando e não perdeu a esperança na justiça”, dizia, emocionada, a mãe de Andreu ao microfone, olhando para as pessoas em pé na fila da visita, mas falando alto para ser ouvida do outro lado do muro. “Estamos aqui porque eu não quero que nenhuma mãe passe pelo que eu passei.”

Diante da presença incômoda dos manifestantes, funcionários do Degase liberaram a entrada dos familiares duas horas mais cedo que de costume, mas não evitaram que alguns parentes que estavam na fila se aproximassem do grupo. “Meu filho apareceu com o dente quebrado na semana passada, mas não quis me dizer o que aconteceu”, disse uma senhora, levantando a hipótese de que o garoto tivesse sido agredido e que estivesse sendo ameaçado. “A gente sabe que essas coisas acontecem, mas fica com medo de nosso filho sofrer represálias se tomarmos alguma providência.” Para Deize, uma das principais razões para a manifestação era justamente orientar os parentes dos adolescentes internados sobre como denunciar indícios de tortura ou qualquer tipo de abuso dentro das unidades do Degase.

Mães se unem contra a violência

Entre os manifestantes, a consciência de que o assassinato de Andreu é mais um entre diversos casos de violência que envolvem agentes públicos no Rio de Janeiro. Outras mães estavam presentes no ato deste sábado, entre elas Marcia Jacintho, mãe do menino Hanry, morto por policiais no bairro do Lins em 2002. “Temos todas um sofrimento comum. Nossos filhos estão sendo barbaramente assassinados por representantes do Estado sem que nada tenha sido feito pelas autoridades para evitar novos casos”, disse Márcia, que completou: “O governo do estado se comporta como o ‘exterminador de futuros’ quando executa os jovens negros e pobres do Rio de Janeiro. Esta realidade se repete em outros estados. É preciso estarmos unidas nesta luta.”

Marcia Jacintho, com uma camisa em memória de seu filho Hanry

Marcia Jacintho, com uma camisa em memória de seu filho Hanry

Outra que integrava o grupo na porta do CTR era Bernadete, mãe do garoto Cristiano de Souza, que também foi assassinado por agentes do Degase em novembro de 2008. Seu filho foi espancado e morto quando estava internado no Educandário Santo Expedito, que funciona no complexo penitenciário de Bangu, nas instalações do antigo presídio Muniz Sodré. O caso evidenciou que os maus-tratos são comuns em unidades do Degase e foi o estopim para que a organização de defesa dos direitos humanos Projeto Legal iniciasse uma campanha de cartas para o fechamento do Santo Expedito. Um dos panfletos distribuídos em frente ao CTR era justamente a convocação para participar da campanha. “Guantánamo vai fechar. Santo Expedito continua aberto”, dizia o texto, em uma referência ao presídio norteamericano localizado em Cuba, que se tornou símbolo de torturas e violações de direitos humanos.

–> Participe da campanha pelo fechamento do Santo Expedito

Ao fim do ato, Lindomar Darós, integrante do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, resumiu o sentimento dos manifestantes: “Nossa defesa é pelo direito à vida, sempre. Nenhum ser humano pode atentar contra a vida de outro e a situação é ainda mais grave e perigosa quando quem o faz é um representante do Estado”.

CTR