28 de agosto de 2009
Quando matam um Sem Terra
Pedro Munhoz
1.Quem contar traz à memória,sabendo que a dor existe,quando a morte ainda insiste,em calar quem faz a História.Pois quem morre não tem glória,nem tampouco desespera,é um valente na guerra,tomba, em nome da vida.Da intenção ninguém duvida,quando matam um Sem Terra.
2.Foi assim nesta jornada,quando mataram mais um,o companheiro ELTON BRUM,não teve tempo pra nada.Numa arma disparada,o Estado é quem enterrae uma vida se encerra,em nome da covardia.Toda a nossa rebeldiaquando matam um Sem Terra.
3.É o desatino fardado,armado até os dentes,até esquecem que são gente,quando estão do outro lado.E vestidos de soldado,todo o sonho dilacera,violência proliferatiro certeiro, fatal.Beiram o irracional,quando matam um Sem Terra.
4.Quem és tu, torturador,que tanta dor desatas,desanima e maltratao humilde plantador?Negas a classe, traidor,do povo tudo se gera,te esqueces deveras,debaixo de um capacete.Dá a ordem o Gabinete,quando matam um Sem Terra.
5.Em algum lugar da pampa,ELTON deve de estar,tranquilo no caminhar,jeito humilde na estampa.E algum céu se descampa,coragem se retempera,outras batalhas se espera,dois projetos em disputa.Não se desiste da luta,quando matam um Sem Terra
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
A voz de um morador da Maré
Eu sou da Maré. Nascido na Maré. Sou ponto turístico. Eu não falo o português correto, meus amigos são a corja da sociedade e nenhum deles possui peito de aço. Embora alguns deles tenham armas calibre 88 prontos pra morrer e estejam participando de uma guerra que já dura dois meses.
Eu tenho pés, pernas, braços, peito e coração. E ainda tenho que sorrir quando enfrento a multidão. Também sinto saudades, tais como da Joana que morreu após um tiro matar sua única filha chamada Esperança.
Vento e poeira, modo reflexivo. A favela não dorme, é calada, sufocada. Faroeste dos aflitos, veste a farda e tira a fralda, sem querer fui engajado, sem querer me humilharam. E ninguém sabe, e ninguém viu. É o preço que se paga pra não matarem a puta que me pariu.
Todos de preto, usam gandola, burucutu, faca na boca, revólver 38, coturno, algemas descartáveis, munições especiais e 6 carregadores de pistolas, fuzil 7,62 mm, coldres táticos, um bastão retrátil e estão prontos pra guerrear… Pássaro blindado. Dinossauros do futuro. Mosca morta sem pensar.
Ouço tudo pelo telefone celular e a midiahipocrisia insiste em enfatizar que a favela é violenta, foda-se quem mora lá. Me dá um ódio. Me dê um ópio!
Fundo do poço. Quase morro. Comercial.
Tum-tum-tum! Pá! Pum! Pá! Pum! Bláaaa! Bláaaa!
Modo observacional. Os números me revoltam: 27 mortos, 6 presos, muitos foragidos e eu sem ver minha família há 1 mês.
Enquanto isso, o Santa Marta vira alvo da especulação imobiliária e os moradores começam a sentir o efeito da ocupação militar no bolso.
“Eles (moradores) olhavam assustados para aquelas pessoas, que nunca estiveram ali, mas logo entenderam que estavam ali para conhecer o êxito do projeto que pacificou uma comunidade que era dominada pela violência do tráfico. Foi mais uma demonstração de atenção. Ficaram felizes, já que não são mais tratados como bichos ou pessoas à margem da sociedade”, explica a capitã Pricilla de Oliveira, comandante da Companhia de Policiamento Comunitário do Santa Marta.
Mal sabem eles que os traficantes dessas regiões ocupadas não foram arrebatados por Deus. Estão fortalecendo outras favelas e tocando o terror em outros pontos da cidade.
Denunciar? Nem pensar, isso é cultura popular. Então deixa os hômi entrar, pacificar, esculachar e depois virar heróri?! Melhor se demitir, aqui bandido somos nós.
Gentes do morro, tudo enlatado. Nome vulgo, raça do caralho. Os ditos massa. Guerra covarde, terceiro mundo e ainda dizem que é evolução. Tudo é questão de pá e enxada.
Nem Fome Zero, nem Bolsa Família o que me deram foi meia dúzia de balas perdidas. Meu santo forte é de madeira, nem se mexe pra não dar bandeira. Dinheiro curto, trabalho incerto.
E o povo grita, suplica, tenta se organizar. A repressão bate na porta. Mas prometemos que não vamos recuar. Resistiremos. Tipo Romênia. Tipo Colômbia. E que caiam por terra todos os dominadores deste tempo! Por um complexo da Maré livre!
Tum-tum-tum! Pá! Pum! Pá! Pum! Bláaaa! Bláaaa!
Porque a guerra é armada, a luta conceitual e a batalha não está perdida!
Chega de guerra na Maré quero voltar pro Cabaré!
Mas quem vai me ouvir? Digam aí.
E ó, avisa pra geral: aqui é o cria do Pinheiro!
Eu tenho pés, pernas, braços, peito e coração. E ainda tenho que sorrir quando enfrento a multidão. Também sinto saudades, tais como da Joana que morreu após um tiro matar sua única filha chamada Esperança.
Vento e poeira, modo reflexivo. A favela não dorme, é calada, sufocada. Faroeste dos aflitos, veste a farda e tira a fralda, sem querer fui engajado, sem querer me humilharam. E ninguém sabe, e ninguém viu. É o preço que se paga pra não matarem a puta que me pariu.
Todos de preto, usam gandola, burucutu, faca na boca, revólver 38, coturno, algemas descartáveis, munições especiais e 6 carregadores de pistolas, fuzil 7,62 mm, coldres táticos, um bastão retrátil e estão prontos pra guerrear… Pássaro blindado. Dinossauros do futuro. Mosca morta sem pensar.
Ouço tudo pelo telefone celular e a midiahipocrisia insiste em enfatizar que a favela é violenta, foda-se quem mora lá. Me dá um ódio. Me dê um ópio!
Fundo do poço. Quase morro. Comercial.
Tum-tum-tum! Pá! Pum! Pá! Pum! Bláaaa! Bláaaa!
Modo observacional. Os números me revoltam: 27 mortos, 6 presos, muitos foragidos e eu sem ver minha família há 1 mês.
Enquanto isso, o Santa Marta vira alvo da especulação imobiliária e os moradores começam a sentir o efeito da ocupação militar no bolso.
“Eles (moradores) olhavam assustados para aquelas pessoas, que nunca estiveram ali, mas logo entenderam que estavam ali para conhecer o êxito do projeto que pacificou uma comunidade que era dominada pela violência do tráfico. Foi mais uma demonstração de atenção. Ficaram felizes, já que não são mais tratados como bichos ou pessoas à margem da sociedade”, explica a capitã Pricilla de Oliveira, comandante da Companhia de Policiamento Comunitário do Santa Marta.
Mal sabem eles que os traficantes dessas regiões ocupadas não foram arrebatados por Deus. Estão fortalecendo outras favelas e tocando o terror em outros pontos da cidade.
Denunciar? Nem pensar, isso é cultura popular. Então deixa os hômi entrar, pacificar, esculachar e depois virar heróri?! Melhor se demitir, aqui bandido somos nós.
Gentes do morro, tudo enlatado. Nome vulgo, raça do caralho. Os ditos massa. Guerra covarde, terceiro mundo e ainda dizem que é evolução. Tudo é questão de pá e enxada.
Nem Fome Zero, nem Bolsa Família o que me deram foi meia dúzia de balas perdidas. Meu santo forte é de madeira, nem se mexe pra não dar bandeira. Dinheiro curto, trabalho incerto.
E o povo grita, suplica, tenta se organizar. A repressão bate na porta. Mas prometemos que não vamos recuar. Resistiremos. Tipo Romênia. Tipo Colômbia. E que caiam por terra todos os dominadores deste tempo! Por um complexo da Maré livre!
Tum-tum-tum! Pá! Pum! Pá! Pum! Bláaaa! Bláaaa!
Porque a guerra é armada, a luta conceitual e a batalha não está perdida!
Chega de guerra na Maré quero voltar pro Cabaré!
Mas quem vai me ouvir? Digam aí.
E ó, avisa pra geral: aqui é o cria do Pinheiro!
Criminalização da pobreza é praticada por nossos governantes
“Que Estado é esse que desrespeita o mais fundamental direito, que é o direito à vida? Que política de segurança é essa que extermina as camadas mais pobres da sociedade, que considera cidadão apenas as pessoas provindas da classe média pra cima? Que polícia é essa que extermina nossas crianças e que fala para a imprensa, órgãos regulatórios, entre outros, que o que aconteceu não partiu deles, que a criança morreu por bala perdida em confronto de facções rivais? Que confronto? Onde estão as cápsulas de bala no chão? Onde ressoaram os barulhos dos tiros trocados? Cadê as paredes perfuradas? Apenas um tiro de fuzil foi disparado... tiro este que encontrou seu destino na cabeça de uma criança inocente que saía para comprar o pão”, este relato, assinado e divulgado pela jornalista Silvana Sá, quando Matheus Rodrigues, de apenas 8 anos, foi morto com uma bala de fuzil na cabeça em dezembro do ano passado, tiro dado pela Polícia Militar que fazia ronda na favela em que o menino morava, na Baixa do Sapateiro, Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, reafirma a ação violenta e rígida que a polícia tem dentro das favelas cariocas. Além disso, prova também como a mídia e os órgãos públicos tratam essa população, mostrando que a criminalização a eles é claramente defendida e praticada.
A mãe de Matheus, Gracilene Rodrigues dos Santos, que até hoje luta por justiça, buscando uma resposta para tal atrocidade ao seu filho, infelizmente não foi, e não é a única mãe que chora ou chorou pela covarde morte de seu filho. Outras mães de pobre, de negro e de favelado, as maiores vítimas desta violência policial, estão neste extato momento enterrando seus filhos, enterrando sua história, colocando para fora suas lágrimas de dor e revolta.
A resposta dos representantes governamentais para tamanha brutalidade dentro das favelas cariocas, para tantas mortes, é a de combate ao tráfico de drogas. Mariano Beltrame, secretário de segurança pública do Rio, por exemplo, afirma que o estado apresenta um cenário de guerra, por isso, é preciso que a polícia haja com tanta severidade, sendo a conseqüência disso, a morte de muitos favelados. Pois, segundo Beltrame, são nestes locais que se encontram o crime organizado. “O Rio chegou a um ponto que infelizmente exige sacrifícios. Sei que isso é difícil de aceitar, mas, para acabarmos com o poder de fogo dos bandidos, vidas vão ser dizimadas. (...) É uma guerra, e numa guerra há feridos e mortos”.
Argumento parecido foi utilizado pelo então governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho, em abril do ano passado, quando em entrevista ao defender o aborto disse que a mulher de favela é fábrica de bandido. “A questão da interrupção da gravidez tem tudo a ver com a violência (...) Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas. Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal. O Estado não dá conta”. Ou seja, em poucas palavras, Cabral, demonstra diferentes formas de entender a sua conduta governamental no Estado, se referindo particularmente as classes mais pobres, pois em uma mesma frase, ele demonstrou seu preconceito ao morador de favela ao afirmar que nela só existem bandidos. O que nos explica o uso dos caveirões nas operações policiais, o abandono das escolas, dos hospitais públicos, da falta de lazer, de emprego, dentre diversas outras coisas básicas para a sobrevivência de cada cidadão.
Pior que saber que a criminalização da pobreza existe, é saber que ela é claramente apoiada, praticada por nossas autoridades. E este método de criminalizar e enganar o pobre é feito antes mesmo das eleições. Sergio Cabral e diferentes outros políticos se aproveitaram das necessidades do povo, prometendo na campanha o que as pessoas mais queria ouvir, mas depois de conseguirem o que queriam não respeitaram esta mesma população que os colocaram lá. De acordo com o Deputado Estadual Marcelo Freixo, a campanha eleitoral de Cabral e o que é hoje o seu governo, significa ser um dos maiores estelionatos eleitorais que já existiu. Pois uma de suas promessas era a mudança na política pública de segurança adotada pelas autoridades anteriores. “Isto não aconteceu apenas na segurança, mas na educação, na saúde, em áreas estratégicas. Na saúde, a única coisa que se fez até agora foram as fundações públicas de direito privado. Na educação, é um governo que investe em laptop, em ar condicionado, e o salário dos professores continua R$ 500. Na segurança, é um governo que comprou nove, ou dez caveirões”.
E tudo isso, eles, as autoridades governamentais, não fazem sozinhos, existem muitos interesses para que essa população pobre, favelada, continue sem seus direitos. A grande mídia, por exemplo, tem grande responsabilidade nisso. Ao cobrir a morte de Matheus Rodrigues, na Maré, no primeiro momento, ela afirmou que este pequeno menino tinha envolvimento com o tráfico. Não ouviu os mais de 200 moradores que estavam no local chorando, clamando por justiça, ela apenas deu ouvido ao que a polícia disse. Como se ser envolvido com o tráfico justificasse a crueldade que esta Política de Segurança Pública do Rio de Janeiro faz dentro das localidades mais pobres, que apenas extermina ao invés de oferecer o direito à vida.
A solução para tudo isso é o ouvir, o analisar, o questionar, o cobrar destas autoridades tudo o que eles prometeram durante suas campanhas eleitorais. Afinal, quem põe eles nos poder, quem é a maioria, é o povo, e são estes que podem mudar esta crua realidade que atormenta todos os dias cada morador de favela e todos os que pertencem a classe mais pobre. É preciso que cada cidadão exija seus direitos. As pessoas, os movimentos sociais e as diferentes instituições precisam se organizar e defender seus interesses. Interesse este que parece ser único, que é garantia dos direitos de cada cidadão, o que se resume ao direito de viver.
A mãe de Matheus, Gracilene Rodrigues dos Santos, que até hoje luta por justiça, buscando uma resposta para tal atrocidade ao seu filho, infelizmente não foi, e não é a única mãe que chora ou chorou pela covarde morte de seu filho. Outras mães de pobre, de negro e de favelado, as maiores vítimas desta violência policial, estão neste extato momento enterrando seus filhos, enterrando sua história, colocando para fora suas lágrimas de dor e revolta.
A resposta dos representantes governamentais para tamanha brutalidade dentro das favelas cariocas, para tantas mortes, é a de combate ao tráfico de drogas. Mariano Beltrame, secretário de segurança pública do Rio, por exemplo, afirma que o estado apresenta um cenário de guerra, por isso, é preciso que a polícia haja com tanta severidade, sendo a conseqüência disso, a morte de muitos favelados. Pois, segundo Beltrame, são nestes locais que se encontram o crime organizado. “O Rio chegou a um ponto que infelizmente exige sacrifícios. Sei que isso é difícil de aceitar, mas, para acabarmos com o poder de fogo dos bandidos, vidas vão ser dizimadas. (...) É uma guerra, e numa guerra há feridos e mortos”.
Argumento parecido foi utilizado pelo então governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho, em abril do ano passado, quando em entrevista ao defender o aborto disse que a mulher de favela é fábrica de bandido. “A questão da interrupção da gravidez tem tudo a ver com a violência (...) Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas. Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal. O Estado não dá conta”. Ou seja, em poucas palavras, Cabral, demonstra diferentes formas de entender a sua conduta governamental no Estado, se referindo particularmente as classes mais pobres, pois em uma mesma frase, ele demonstrou seu preconceito ao morador de favela ao afirmar que nela só existem bandidos. O que nos explica o uso dos caveirões nas operações policiais, o abandono das escolas, dos hospitais públicos, da falta de lazer, de emprego, dentre diversas outras coisas básicas para a sobrevivência de cada cidadão.
Pior que saber que a criminalização da pobreza existe, é saber que ela é claramente apoiada, praticada por nossas autoridades. E este método de criminalizar e enganar o pobre é feito antes mesmo das eleições. Sergio Cabral e diferentes outros políticos se aproveitaram das necessidades do povo, prometendo na campanha o que as pessoas mais queria ouvir, mas depois de conseguirem o que queriam não respeitaram esta mesma população que os colocaram lá. De acordo com o Deputado Estadual Marcelo Freixo, a campanha eleitoral de Cabral e o que é hoje o seu governo, significa ser um dos maiores estelionatos eleitorais que já existiu. Pois uma de suas promessas era a mudança na política pública de segurança adotada pelas autoridades anteriores. “Isto não aconteceu apenas na segurança, mas na educação, na saúde, em áreas estratégicas. Na saúde, a única coisa que se fez até agora foram as fundações públicas de direito privado. Na educação, é um governo que investe em laptop, em ar condicionado, e o salário dos professores continua R$ 500. Na segurança, é um governo que comprou nove, ou dez caveirões”.
E tudo isso, eles, as autoridades governamentais, não fazem sozinhos, existem muitos interesses para que essa população pobre, favelada, continue sem seus direitos. A grande mídia, por exemplo, tem grande responsabilidade nisso. Ao cobrir a morte de Matheus Rodrigues, na Maré, no primeiro momento, ela afirmou que este pequeno menino tinha envolvimento com o tráfico. Não ouviu os mais de 200 moradores que estavam no local chorando, clamando por justiça, ela apenas deu ouvido ao que a polícia disse. Como se ser envolvido com o tráfico justificasse a crueldade que esta Política de Segurança Pública do Rio de Janeiro faz dentro das localidades mais pobres, que apenas extermina ao invés de oferecer o direito à vida.
A solução para tudo isso é o ouvir, o analisar, o questionar, o cobrar destas autoridades tudo o que eles prometeram durante suas campanhas eleitorais. Afinal, quem põe eles nos poder, quem é a maioria, é o povo, e são estes que podem mudar esta crua realidade que atormenta todos os dias cada morador de favela e todos os que pertencem a classe mais pobre. É preciso que cada cidadão exija seus direitos. As pessoas, os movimentos sociais e as diferentes instituições precisam se organizar e defender seus interesses. Interesse este que parece ser único, que é garantia dos direitos de cada cidadão, o que se resume ao direito de viver.
domingo, 23 de agosto de 2009
Por que somos nós os escolhidos?? Por quê??
Até quando teremos que lutar por aquilo que dizem que foi nos dado ao nascer!? Até quando teremos que provar o que somos, ou melhor, o que não somos para esta sociedade maldita!? Por que apenas nós, o povo, temos o direito de ouvir tiros e mais tiros, granadas e mais granadas, gritos e mais gritos, choros e mais choros durante a mais preciosa noite que deveria ser aquela noite de descanso!?
Por que será que os anjos, os arcanjos, não nos guardam também!? Por que apenas nós temos o infeliz direito de correr dos caveirões, das tropas, da polícia que nos mata, que nos amedronta e que rir da nossa cara de cansado e medo!? Por que somos nós os que temos que ficar dias e mais dias trancados dentro de casa com medo de uma bala perdida, ou de uma invasão da policia ou do tráfico dentro do nosso próprio lar!?
Por que somos nós os que temos que abandonar nossas casas por causa do tráfico, dessa polícia, dessa política corrupta que além de tirar a alegria, o sorriso, a brincadeira na rua, conseguem tirar o pouco que temos, o nosso pequenino lar? Por que fomos os escolhidos para lavar o sangue daquele menino que brincou com a gente quando pequeno, por que somos nós os que temos que enterrar meninos e meninas, senhores e senhoras que teve a vida interrompida por uma bala de fuzil??
Por que será que somos estes que temos que correr para os hospitais com visinhos ou parentes feridos?? Por que somos estes os escolhidos, juro que eu queria saber o por que que somos estes os escolhidos?? Por que, e até quando?? Será, será mesmo que não merecemos viver!?
E o Estado, cadê nossos governantes que fingem não ver tudo isso, cadê estes que votamos de quatro em quatro anos?? Cadê!?? Como eles brincam com a gente, como brincam com o povo, como riem da nossa cara, como fazem da gente um grande espetáculo, como são sujos e ridículos, como é ridículo tudo isso!!
Clamor pela vida!!!!! - Isso eu não queria fazer!!
Na verdade, ninguém deveria ter o infeliz direito de passar por tudo isso!
Já chega de tanta morte!!!!
Por Foto&Jornalismo Maré
Por que será que os anjos, os arcanjos, não nos guardam também!? Por que apenas nós temos o infeliz direito de correr dos caveirões, das tropas, da polícia que nos mata, que nos amedronta e que rir da nossa cara de cansado e medo!? Por que somos nós os que temos que ficar dias e mais dias trancados dentro de casa com medo de uma bala perdida, ou de uma invasão da policia ou do tráfico dentro do nosso próprio lar!?
Por que somos nós os que temos que abandonar nossas casas por causa do tráfico, dessa polícia, dessa política corrupta que além de tirar a alegria, o sorriso, a brincadeira na rua, conseguem tirar o pouco que temos, o nosso pequenino lar? Por que fomos os escolhidos para lavar o sangue daquele menino que brincou com a gente quando pequeno, por que somos nós os que temos que enterrar meninos e meninas, senhores e senhoras que teve a vida interrompida por uma bala de fuzil??
Por que será que somos estes que temos que correr para os hospitais com visinhos ou parentes feridos?? Por que somos estes os escolhidos, juro que eu queria saber o por que que somos estes os escolhidos?? Por que, e até quando?? Será, será mesmo que não merecemos viver!?
E o Estado, cadê nossos governantes que fingem não ver tudo isso, cadê estes que votamos de quatro em quatro anos?? Cadê!?? Como eles brincam com a gente, como brincam com o povo, como riem da nossa cara, como fazem da gente um grande espetáculo, como são sujos e ridículos, como é ridículo tudo isso!!
Clamor pela vida!!!!! - Isso eu não queria fazer!!
Na verdade, ninguém deveria ter o infeliz direito de passar por tudo isso!
Já chega de tanta morte!!!!
Por Foto&Jornalismo Maré
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Cavalo preto
Nas noites sombrias das favelas
todos esperam o cavalo preto
que vem fazendo barulho pelas ruas
com suas ferraduras blindadas.
O cavalo feito para matar
aterroriza a quem deveria proteger
não respeita ninguém
Quem ele procura para condenar
já é condenado desde pequeno
Quando ele os encontra suas sentenças
já foram aplicadas.
Todos na cidade o conhecem
quem mora lá acha que ele deve
continuar matando e atemorizando
Quem mora aqui pensa que ele não deveria existir.
E neste jogo de empurra, empurra
O cavalo vai se criando
Com o sangue de inocentes
e as ruas da cidade nas favelas inundando.
Enviado para o Foto&Jornalismo Maré
todos esperam o cavalo preto
que vem fazendo barulho pelas ruas
com suas ferraduras blindadas.
O cavalo feito para matar
aterroriza a quem deveria proteger
não respeita ninguém
Quem ele procura para condenar
já é condenado desde pequeno
Quando ele os encontra suas sentenças
já foram aplicadas.
Todos na cidade o conhecem
quem mora lá acha que ele deve
continuar matando e atemorizando
Quem mora aqui pensa que ele não deveria existir.
E neste jogo de empurra, empurra
O cavalo vai se criando
Com o sangue de inocentes
e as ruas da cidade nas favelas inundando.
Enviado para o Foto&Jornalismo Maré
Eu, Você o poema e o livro
A poesia escrita a caneta no livro de Machado de Assis demonstrava toda a paixão pela colega de faculdade. Quando recebeu o livro do até então colega não imaginava a surpresa reservada nas primeiras páginas do livro.
-Tenho um presente para você!
-Legal! Adoro ganhar presente.
Quando leu a dedicatória, que na verdade era um lindo poema de amor, ficou roxa e quase engasgou. Afinal, nos tempos atuais não é muito comum receber um poema de presente de um homem. Naquele momento, pensou que poderia ser engolida pela terra ou arremessada por uma catapulta para a barraca de cachorro-quente que ficava do outro lado da rua.
O que poderia dizer naquele momento? Legal! Não... ele deveria estar esperando outro comentário. Hummm já sei! Poderia agarrá-lo e dar um beijo do tipo desentupidor de pia, colocar nossas fotos no orkut, fazer depoimentos com juras de amor eterno e terminar o namoro dois meses depois. Talvez isso também não seja legal. Caramba, porquê ele foi fazer isso logo agora, me pegar assim tão desprevenida? Eu ainda nem terminei de ler meu livro de auto-ajuda. Já sei! Posso sair correndo... Não, ele vai me achar insensível. Poxa, nunca pensei que fosse tão difícil saber o que fazer. E se eu fizer algo errado? E se eu não fizer nada, ficar simplesmente olhando nos olhos dele até ele cansar e ir embora? Xiii, isso já ta ficando chato, tenho que decidir logo.
- Então, quer ir comer um cachorro-quente comigo ali do outro lado?
- Sim, adoraria!
- Então, vamos.
Por Foto&Jornalismo Maré
-Tenho um presente para você!
-Legal! Adoro ganhar presente.
Quando leu a dedicatória, que na verdade era um lindo poema de amor, ficou roxa e quase engasgou. Afinal, nos tempos atuais não é muito comum receber um poema de presente de um homem. Naquele momento, pensou que poderia ser engolida pela terra ou arremessada por uma catapulta para a barraca de cachorro-quente que ficava do outro lado da rua.
O que poderia dizer naquele momento? Legal! Não... ele deveria estar esperando outro comentário. Hummm já sei! Poderia agarrá-lo e dar um beijo do tipo desentupidor de pia, colocar nossas fotos no orkut, fazer depoimentos com juras de amor eterno e terminar o namoro dois meses depois. Talvez isso também não seja legal. Caramba, porquê ele foi fazer isso logo agora, me pegar assim tão desprevenida? Eu ainda nem terminei de ler meu livro de auto-ajuda. Já sei! Posso sair correndo... Não, ele vai me achar insensível. Poxa, nunca pensei que fosse tão difícil saber o que fazer. E se eu fizer algo errado? E se eu não fizer nada, ficar simplesmente olhando nos olhos dele até ele cansar e ir embora? Xiii, isso já ta ficando chato, tenho que decidir logo.
- Então, quer ir comer um cachorro-quente comigo ali do outro lado?
- Sim, adoraria!
- Então, vamos.
Por Foto&Jornalismo Maré
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